quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
"Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força.
Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer à tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás."
Caio Fernando Abreu
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
João Cabral de Melo Neto
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço.
O amor comeu meus cartões de visita.
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
Oficina irritada
Carlos Drummond de Andrade
Eu quero compor um soneto duro
como poeta algum ousara escrever.
Eu quero pintar um soneto escuro,
seco, abafado, difícil de ler.
Quero que meu soneto, no futuro,
não desperte em ninguém nenhum prazer.
E que, no seu maligno ar imaturo,
ao mesmo tempo saiba ser, não ser.
Esse meu verbo antipático e impuro
há de pungir, há de fazer sofrer,
tendão de Vênus sob o pedicuro.
Ninguém o lembrará: tiro no muro,
cão mijando no caos, enquanto Arcturo,
claro enigma, se deixa surpreender.
Carlos Drummond de Andrade
Eu quero compor um soneto duro
como poeta algum ousara escrever.
Eu quero pintar um soneto escuro,
seco, abafado, difícil de ler.
Quero que meu soneto, no futuro,
não desperte em ninguém nenhum prazer.
E que, no seu maligno ar imaturo,
ao mesmo tempo saiba ser, não ser.
Esse meu verbo antipático e impuro
há de pungir, há de fazer sofrer,
tendão de Vênus sob o pedicuro.
Ninguém o lembrará: tiro no muro,
cão mijando no caos, enquanto Arcturo,
claro enigma, se deixa surpreender.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Literatura Infantil - Livro: Flor de Maio
"Quando eu passava de lagarta a borboleta, colocaram inseticida, veneno, neste jardim.
Ele não conseguiu me matar... mas a minha asa, que dó, saiu faltando um pedacinho.
Pedacinho importante, que não me deixa voar..."
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Nascem então em mim imagens novas, como as que as
pessoas que nunca viajaram formam depois das suas leituras:
construo sonhos a partir de palavras, é o que é.
Por cada cem histórias mortas, sempre me ficam, porém, uma ou
duas histórias vivas. Essas evoco-as com precaução, de vez em
... quando, poucas vezes, com medo de as gastar. Pesco uma, revejo
o cenário, as personagens, as atitudes. Subitamente paro:
senti um desgaste, vi uma palavra vir ao de cima da trama das
sensações. Prevejo que essa palavra vai tomar o lugar, dentro
em pouco, de várias imagens que amo. Imediatamente me detenho;
penso depressa noutra coisa: não quero fatigar as minhas
recordações. Em vão; da próxima vez que as evocar, parte delas
terá coalhado.
Esboço um vago movimento para me levantar... [A Náusea - Sartre]
pessoas que nunca viajaram formam depois das suas leituras:
construo sonhos a partir de palavras, é o que é.
Por cada cem histórias mortas, sempre me ficam, porém, uma ou
duas histórias vivas. Essas evoco-as com precaução, de vez em
... quando, poucas vezes, com medo de as gastar. Pesco uma, revejo
o cenário, as personagens, as atitudes. Subitamente paro:
senti um desgaste, vi uma palavra vir ao de cima da trama das
sensações. Prevejo que essa palavra vai tomar o lugar, dentro
em pouco, de várias imagens que amo. Imediatamente me detenho;
penso depressa noutra coisa: não quero fatigar as minhas
recordações. Em vão; da próxima vez que as evocar, parte delas
terá coalhado.
Esboço um vago movimento para me levantar... [A Náusea - Sartre]
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
terça-feira, 8 de novembro de 2011
domingo, 6 de novembro de 2011
sábado, 5 de novembro de 2011
domingo, 30 de outubro de 2011
César Vallejo
ESPERGESIA
Yo nací un día
que Dios estuvo enfermo.
que Dios estuvo enfermo.
Todos saben que vivo,
que soy malo; y no saben
del diciembre de ese enero.
Pues yo nací un día
que Dios estuvo enfermo.
que soy malo; y no saben
del diciembre de ese enero.
Pues yo nací un día
que Dios estuvo enfermo.
Hay un vacío
en mi aire metafísico
que nadie ha de palpar:
el claustro de un silencio
que habló a flor de fuego.
en mi aire metafísico
que nadie ha de palpar:
el claustro de un silencio
que habló a flor de fuego.
Yo nací un día
que Dios estuvo enfermo.
que Dios estuvo enfermo.
Hermano, escucha, escucha...
Bueno. Y que no me vaya
sin llevar diciembres,
sin dejar eneros.
Pues yo nací un día
que Dios estuvo enfermo.
Bueno. Y que no me vaya
sin llevar diciembres,
sin dejar eneros.
Pues yo nací un día
que Dios estuvo enfermo.
Todos saben que vivo,
que mastico... y no saben
por qué en mi verso chirrían,
oscuro sinsabor de ferétro,
luyidos vientos
desenroscados de la Esfinge
preguntona del Desierto.
que mastico... y no saben
por qué en mi verso chirrían,
oscuro sinsabor de ferétro,
luyidos vientos
desenroscados de la Esfinge
preguntona del Desierto.
Todos saben... Y no saben
que la Luz es tísica,
y la Sombra gorda...
Y no saben que el misterio sintetiza...
que él es la joroba
musical y triste que a distancia denuncia
el paso meridiano de las lindes a las Lindes.
que la Luz es tísica,
y la Sombra gorda...
Y no saben que el misterio sintetiza...
que él es la joroba
musical y triste que a distancia denuncia
el paso meridiano de las lindes a las Lindes.
Yo nací un día
que Dios estuvo enfermo,
grave.
que Dios estuvo enfermo,
grave.
sábado, 29 de outubro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
"Acontece que as regras desse mundo não regem a minha vida, e que cumprir corretamente com as minhas obrigações
não faz de mim uma máquina programada para fazer isso ou aquilo, ou sentir isso ou aquilo...
Uma máquina dessas que, mesmo complexa, domina-se perfeitamente, decifra-se com o tempo.
Nada disso... A mediocridade me incomoda e a simplicidade me liberta...
Tenho um par de asas que ninguém vê, mas alguns já voaram comigo por aí..."
sábado, 22 de outubro de 2011
(Ricardo Luiz)
Ah! Como bem manuseada tu fosteOutrora, por uns, por outros, por todos.E agora o que se passa é tão triste,Insistem em afundar-te nos lodos.
Tentam, querem descaracterizar-te,Usando os mais diversos artifícios,Para que pereças ,morras sem arte;E assim se complete o teu sacrifício.
Pretendem e almejam imolar-te,Através do descaso, desrespeito,Que se nota em toda e qualquer parte.
Mas há de prevalecer o bem-feito.De se reconhecer toda tua glória,Para continuarmos na história!
(Ricardo Luiz)
Ah! Como bem manuseada tu foste
Outrora, por uns, por outros, por todos.
E agora o que se passa é tão triste,
Insistem em afundar-te nos lodos.
Tentam, querem descaracterizar-te,
Usando os mais diversos artifícios,
Para que pereças ,morras sem arte;
E assim se complete o teu sacrifício.
Pretendem e almejam imolar-te,
Através do descaso, desrespeito,
Que se nota em toda e qualquer parte.
Mas há de prevalecer o bem-feito.
De se reconhecer toda tua glória,
Para continuarmos na história!
sábado, 15 de outubro de 2011
Dia dos Professores
Ensinar é um exercício de imortalidade.
De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o
mundo pela magia da nossa palavra.
O professor, assim, não morre jamais...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Girassol quando abre flor, geralmente despenca.
O talo é frágil demais para a própria flor, compreende?
Então, como se não suportasse a beleza que ele mesmo engendrou, cai por terra, exausto da própria criação esplêndida.
Conheço poucas coisas mais esplêndidas, o adjetivo é esse, do que um girassol aberto.
(Caio Fernando Abreu)
domingo, 2 de outubro de 2011
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
[...] Aconteceu em abril, nessa curva do mês que descamba para a segunda metade. Os boletins metereológicos não se lembraram de anunciá-lo em linguagem especial. Nenhuma autoridade, munida de organismo publicitário tirou partido do acontecimento. Discretos, silenciosos, chegaram os dia lindos. [...]
Carlos Drummond de Andrade - Crônicas. Rio de Janeiro: Record, 1998
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
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