quarta-feira, 30 de novembro de 2011





“Sabe o que eu quero de verdade?
Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma.”

(Clarice Lispector)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

"E você continua indo embora, e eu continuo ficando, vendo você levar partes de mim que antes eu nem sentia falta."
(Caio Fernando Abreu)
"Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força.
Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer à tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás."


Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

João Cabral de Melo Neto

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.

O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço.

O amor comeu meus cartões de visita.

O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.


Oficina irritada

Carlos Drummond de Andrade


Eu quero compor um soneto duro
como poeta algum ousara escrever.
Eu quero pintar um soneto escuro,
seco, abafado, difícil de ler.

Quero que meu soneto, no futuro,
não desperte em ninguém nenhum prazer.
E que, no seu maligno ar imaturo,
ao mesmo tempo saiba ser, não ser.

Esse meu verbo antipático e impuro
há de pungir, há de fazer sofrer,
tendão de Vênus sob o pedicuro.

Ninguém o lembrará: tiro no muro,
cão mijando no caos, enquanto Arcturo,
claro enigma, se deixa surpreender.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Literatura Infantil - Livro: Flor de Maio

"Quando eu passava de lagarta a borboleta, colocaram inseticida, veneno, neste jardim.
Ele não conseguiu me matar... mas a minha asa, que dó, saiu faltando um pedacinho.
Pedacinho importante, que não me deixa voar..."


sexta-feira, 11 de novembro de 2011


Nascem então em mim imagens novas, como as que as
pessoas que nunca viajaram formam depois das suas leituras:
construo sonhos a partir de palavras, é o que é.
Por cada cem histórias mortas, sempre me ficam, porém, uma ou
duas histórias vivas. Essas evoco-as com precaução, de vez em
... quando, poucas vezes, com medo de as gastar. Pesco uma, revejo
o cenário, as personagens, as atitudes. Subitamente paro:
senti um desgaste, vi uma palavra vir ao de cima da trama das
sensações. Prevejo que essa palavra vai tomar o lugar, dentro
em pouco, de várias imagens que amo. Imediatamente me detenho;
penso depressa noutra coisa: não quero fatigar as minhas
recordações. Em vão; da próxima vez que as evocar, parte delas
terá coalhado.
Esboço um vago movimento para me levantar... [A Náusea - Sartre]

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"No recanto mais escondido do ser humano existe sempre o encantamento.
Por vezes o difícil é fazê-lo desabrochar..."


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. 
O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. 
Faço paisagens com o que sinto."

(Fernando Pessoa)




terça-feira, 8 de novembro de 2011

"Uma história não é mais que um grão de trigo.
A nós compete fazê-lo germinar.
Se não germina, é questão de falta de ar, de sol, de liberdade, de solidão."

(Michel Déon)